A ESSÊNCIA ALFA - CAPÍTULO 26

 


Capítulo XXVI – Incredulidades da sabedoria 

Ele abriu a porta dupla do mosteiro, a única parte intacta do local, e teve acesso ao mundo paralelo, o mundo da sua vida de escolhas diferentes. O que o esperava? 

E então, ao abrir e dar dois passos à frente, a visão de Fernando escureceu. 

 

Era seis da manhã e, em seus dezesseis anos, Fernando nunca tinha visto nada igual. Pensava ele se seria fruto de sua mente ou uma das brincadeiras da vida, a última opção podia ser dada como verdade, pois lembrou-se, mesmo que enfeitiçado, que estava em um mundo totalmente oposto, um mundo paralelo. 

Quando tinha dois anos de idade nasceu sua irmã Thays. E no nascimento de sua irmã sua mãe morrera 

Nesse momento, ele via no escuro do quarto alguém que a vida tirou dele, sua mãe. Ela estava dormindo e, enquanto o dia nascia, nascia também em seu rosto um grande sorriso. 

Fernando Castellani se pôs a levantar e direcionou-se à cama onde sua mãe dormia, ao chegar se agachou investindo um beijo na testa de sua amada mãe. 

Duas lágrimas escorreram pelo rosto do filho. 

Era difícil de acreditar, por isso olhou ao redor e parou ao ver o calendário: 30 de março de 2011. E presumiu que seria o mesmo dia, a mesma data, do outro universo. 

"Seis e dez da manhã", pensou ele. Deitou-se novamente e adormeceu, e do outro lado do quarto sua mãe abria os olhos sorrindo em sua direção. 

Fernando voltou a acordar às nove da manhã. Saiu do grande quarto de três camas e caminhou até a cozinha. 

Bom dia, filho! Disse Maria, mãe de Fernando, com sorriso caloroso. 

E Thays lhe deu um breve sorriso de bom dia. Estavam as duas na mesa tomando café. 

Teve uma boa noite? Perguntou sua mãe. 

Bom, sim Respondeu Fernando, lembrando-se de tudo o que acontecera e percebendo que não poderia revelar sua realidade. E você, mãe? 

Também. Disse sorrindo. 

Onde está meu pai? 

Vicente foi trabalhar. E você, por que não foi à escola? 

Fernando havia se esquecido de que ainda estudava, havia esquecido de que tinha deixado aquele mundo apocalíptico. 

Não era um dia importante. Disse receoso, preparando seu café. 

Maria fez silêncio. E Fernando observava, revirava os olhos pelo local, não encontrava falhas, era um mundo real. Então como iria sair daquele lugar? 

Foi dito a ele para procurar pistas para a saída, mas até agora nada. 

Procurando pistas, se retirou e foi ao quintal. Sua casa era a mesma, mas as posições de cada móvel e objeto era diferente. Baseando-se nisso, pensou que fosse algo comum, pois decoração também era organizada por escolhas. 

Fernando pensava se neste mundo conhecia Yan e sem saber o que fazer se direcionou à sua mãe. 

Pigarreou para perguntar. 

 Mãe! E o Yan? 

 O que tem ele? Perguntou de volta. 

 Sim, eu o conheci”, pensou Fernando. 

Ele está em casa? Gostaria de visitá-lo. Sorriu tentando parecer natural. 

Não sei, vai lá ver, se ele não estiver, com certeza deve estar na escola. Sorriu de volta. 

Ele assentiu e foi à casa do amigo. 

Talvez encontraria alguma pista visitando seu líder e descobriria muito mais numa conversa. 

Após andar duas ruas, chegou na casa de Yan. 

Diante do portão, chamou seu amigo. Depois de dois gritos, viu o próprio Yan, porém, seu amigo não estava bem, estava abatido. 

Oi! Disse Yan. 

Tudo bem, meu amigo? 

Mais ou menos, sabe das minhas crises de pânico, não é? Nando assentiu, ele sabia do problema de seu amigo. 

E por isso não foi à escola? 

Sim! Respondeu E você? 

? Disse Fernando desprevenido para tal pergunta. 

E você, por que você não foi à escola? As palavras "você" foram ditas com ênfase bem humorada. 

Fernando não sabia o que responder, então só disse que perdera a hora por ter dormido demais. 

Então, Fernando iniciou a conversa para reconhecer as diferenças entre aquele e este mundo. 

O Lucas foi para escola? 

Yan franziu as sobrancelhas e respondeu Fernando com outra pergunta, uma pergunta simples, uma pergunta reveladora: Quem é Lucas? 

Um amigo meu, acho que você não se lembra dele, queria conversar com ele sobre uma pesquisa de História. Acobertou rapidamente. 

O que se sucedeu foi o som da palavra "Entendi" dita por Yan e uma ventania, soprou um vento forte e os dois protegeram os rostos, mas nada estranho acontecera. AFernando avistar, após a ventania, uma pessoa comum andando por aquela rua. 

Ele queria ajuda, chegava a bater o desespero, mas se dissesse a sua situação o levariam para o hospício. Mesmo assim, ele deu a cara à tapa e decidiu falar. 

Yan, preciso dizer algo, acontece que... Fernando foi interrompido por um grito chamando por Yan, era Melissa que chegava muito animada. 

Oi, Yan! Ela lhe deu um abraço apertado e ao se separar do menino do tempo olhou para Fernando com estranheza. Quem é ele? 

Ah, desculpe. Prazer, Fernando. – Apresentou-se dando um abraço nela. 

Então, Yan, não foi à escola também? Acho que ninguém foi. Sorriu Melissa ao fazer a pergunta. 

"Espera", pensou Fernando. Foi então que entendeu o que estava acontecendo. 

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