A ESSÊNCIA ALFA - CAPÍTULO 20

 

Capítulo XX – Os olhos duvidam da visão 

Pai! Yan estava ofegante O que está fazendo aqui? 

Essa pergunta é minha, há quase um mês te procuro. 

... Não sei o que dizer. O próprio tempo o confundiu. 

Quero explicações! Disse exigentemente Antônio. 

Yan inclinou a cabeça, iniciando: 

Sabe, faz pouco tempo... Yan sentou-se junto a ele no chão e explicou tudo. 

... Desculpe, pai, desculpe por ridicularizar todo seu esforço... 

Relaxa, eu estou tão orgulhoso de você, meu filho. Ah, em que ano estamos? Antônio passou a mão na cabeça e no rosto de seu filho acariciando-o e Yan percebeu que já não estava mais com seus óculos escuros. 

Onde estão os meus óculos? Assustou-se. 

"Que estranho", pensou Yan.  

Deve ter caído no meio da luta. 

É mesmo.  

 "Não parece ser algo tão simples assim", pensou novamente. 

 

Enquanto isso, a quase um quilômetro dali os outros resmungavam. 

Nossa! Já faz mais de 30 minutos que estão conversando. Disse Camila. 

Deve ser um assunto muito complicado. Melissa afirmou o que já sabia. 

 

De volta à conversa, Yan levantou-se respondendo: 

2004. Estamos em 2004. 19 de outubro de 2004. 

O quê? Exclamou Antônio. 

Está errado? 

Sim. O meu plano era estar em 1980. 

Por quê? 

Depois eu te explico Respondeu Antônio. 

Yan assentiu, Antônio fitava-o. Então seu filho puxou-lhe dizendo: 

Vem, pai! Vem conhecer meus amigos. 

"Estava com medo disso. Ele ganhou mais um dom, o dom da percepção, o que se traduz em mais inimigos, mas sinto que é pior que isso! Cuidado, Yan!", pensou Maurício, seu protetor. 

O menino do tempo sentiu algo estranho e olhou para seu anjo. 

Oi, gente! Esse é o meu pai. 

Formou-se um "oi" coletivo e seus conhecidos, Leonardo e Melissa, abraçaram-no. 

Pai!  

Sim, filho. – Respondeu prontamente Antônio. 

E aquela máquina? Como conseguiu? 

Foi difícil. Eu usei o esqueleto da máquina do tempo de John Titor como base. 

Quem é este? – Perguntou Melissa. 

Um louco que, em novembro de 2000, postou em um site dizendo ser um viajante do tempo de 2036. Ele fez previsões e descreveu sua máquina do tempo, deixando os cientistas americanos atônitos, pois havia sentido, foi então que tentei e deu nisso. 

A máquina temporal de Antônio era composta por uma cadeira ao centro e três longos escapamentos para saída de combustível. À direita, localizava-se um ventilador grande e, à esquerda, havia um pequeno espaço para equipamentos. Logo acima, havia uma espécie de acelerador de partículas. 

Foi o que Antônio explicou. 

E aqueles ventiladores? Qual a função deles? Perguntou Leonardo. 

É para evitar o superaquecimento. Disse Antônio com os olhos brilhando. 

O portador do fogo assentiu. 

Perfeito. Analisou Yan superficialmente. 

Não! Tugiu Antônio. 

Não? Yan devolveu a palavra com estranheza. 

Está faltando algo! Revelou Antônio. 

Como assim? Eu não entendo. 

Nem eu. É por essas e outras que parei em 2004. 

Yan entendeu, pois ele já havia lhe dito. 

Sério? E pretendia ir para que ano? Perguntou Melissa. 

1980. Sorriu com olhar de saudade. 

Por quê? Perguntou Melissa e Yan emendou:  

É mesmo, você ainda não me disse o porquê de querer ir para 1980. 

Ah, é porque eu queria rever os meus momentos com sua mãe. Disse com um sorriso de orelha a orelha. 

Pai! Exclamou seu filho envergonhado. 

Conte-nos mais. Disse Carlene ao lado de Lucas. 

Todos gritaram felizes e abraçaram-se.  

Lucas nem deu muita atenção ao fato de Antônio ter conseguido viajar no tempo. Ao fundo, ele avistava uma mulher, a mesma mulher que via em fotos desde seus quatro anos de idade. Vacilante e trêmulo, Lucas viu a mulher correr em sua direção com os olhos lacrimejados, o mesmo acontecia com ele. Era impossível controlar as lágrimas. 

Enquanto Lucas matava sua saudade, as interrogações continuavam. 

Mas... Pai! Como? Carlene não conseguia entender. 

Eu viajei no tempo com a máquina que eu mesmo criei. É uma longa história, filha. 

Carlene estava impressionada. 

Enfim, Maurício poderá explicar os acontecimentos agora. Observou o dono do tempo. 

Quase esqueceram-se do momento incrível que acabara de acontecer, assim, todos se sensibilizaram e conversaram com Livian e Lucas, que tiveram de explicar todo esse tempo de separação, separação esta que ainda não tinha nenhuma explicação. 

Eu espero explicações, meu amigo, você sumiu. Disse Lucas abandonando os braços de sua mãe para cumprimentá-lo. 

Terá. Respondeu Yan, apertando a mão de seu amigo. 

Pessoal, precisamos ir para outro lugar, estamos chamando atenção. Sussurrou Livian. 

Nossa, é verdade. Concordou Melissa. 

E agora? Há um grupo de pessoas próximo daqui. Eles ouviram e viram tudo. Sussurrou Yan. 

Deixe isso comigo. Assegurou Fernando. 

Yan quase hesitara, mas sua confiança era maior. 

Está bem! Pessoal, sigam-me. 

Os outros olhavam para ele como se perguntassem: "Está tudo bem mesmo?". 

Enquanto isso, Fernando fazia o prometido. 

Vocês não viram e nem ouviram nada. Com as mãos esticadas e palmas abertas ele convencia as pessoas de que aquilo não tinha acontecido. 

Fernando desapareceu teletransportando-se e as pessoas ficaram atordoadas, se perguntando onde estavam e o que havia acontecido. 

O menino do tempo levou todos para a floresta. O paraíso negro. Não muito diferente da floresta sete anos adiante. 

Bem, aqui temos privacidade.  Sorriu Yan. 

Como um flash de luz, Nando reapareceu.  

Enquanto Yan trazia as pessoas ao local, todos os outros anjos protetores se reuniram. 

Aqueles que não puderam abraçá-lo, corram, pois temos pouco tempo. Bruna sorriu ardentemente abraçando o ombro de Yan, ao término da frase retirou-se para o abraço coletivo. 

Os amigos dele correram e deram-no um abraço coletivo, enquanto Yan não parava de rir.  

Mas isso mudou quando viu que, ao fundo, um homem andava observando tudo, impacientemente. 

Enquanto isso, Lucas lembrou-se do momento que passara naquela floresta, mas ainda não tinha visto o homem. Ele sentia falta de seu pai e seria perfeito, pois sua mãe já estava presente. 

"Não dá pra entender o que acontece na minha vida”, pensou Lucas, tentando organizar seus pensamentos. 

 Obrigada, Bruna. Vamos lá, hora de conversa séria. Iniciou Maurício. 

A tensão tomou conta do ambiente. 

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