Capítulo XXIII – Verdadeiras razões
O menino do tempo acordou atordoado e, aos poucos, foi se familiarizando com o local em que estava. As sensações que lhe tomavam eram muito estranhas para aquele momento, o sentimento era de muita paz e conforto.
Yan começava a identificar onde se encontrava, o local em que estava era o mesmo de outras duas vezes que visitou, onde uma voz estranha e poderosa falou com ele, a mesma voz que Melissa dissera desconfiar ser de Deus.
Com a visão se clareando, o menino do tempo começou a caminhar. Ele estava um pouco antes daquela ponte, que viu em seu primeiro sonho e, ao caminhar por ela, o garoto sentiu uma força muito poderosa por perto e, mesmo sabendo quem era, perguntou:
– Quem é você?
– Eu tenho muitos nomes, Yan! Uns me chamam de Javé, outros de Alá, outros ainda me chamam de Oxalá... – Sobressaiu uma forte voz, mas o menino do tempo não encontrava o local de onde vinha. Foi quando percebeu que vinha de uma luz muito forte no final da ponte em que estava.
– Deus?! – Exclamou Yan.
– Este é um deles. – Respondeu a voz. E Yan pôde sentir que ele havia sorrido. – Mas... – Continuou – ...existe um outro nome que vai te chamar atenção e é o nome pelo qual os indígenas me chamam.
– E qual seria este nome? – Perguntou.
– Tupã.
– Mas Tupã não era necessariamente um deus, pelo que sei, eles identificavam esse nome por conta de uma manifestação que eles consideravam ser de um deus, como o som do trovão.
– Sim, mas, ainda sim, ele se remete a mim. – Respondeu.
Foi então que Yan lembrou-se da viagem que fez ao passado, na qual um índio o havia visto e lhe chamado de Filho de Tupã. Lembrou-se também do bêbado da festa de Alice que parecia tentar dizer a mesma coisa, mas o mais estranho era que mesmo ela não sabia dizer quem era aquele homem.
– Quando fui ao passado, encontrei um índio e ele me chamou de Filho de Tupã, qual seria o significado disso?
O menino do tempo jurava que podia ouvir alguns passos se aproximarem.
– Você se lembra de que eu faria você perceber a seriedade desses acontecimentos? Ser chamado dessa forma não só significa que você é minha criação, mas também que participa de algo grande. Em breve, você entenderá...
Aos poucos, os passos que Yan ouvira ficaram mais claros, até lhe aparecer a fonte destes. Eram os sete anjos despistados pela bomba de Anderson.
– Maurício! O que aconteceu?
– Acalme-se, Yan. – Respondeu o anjo.
– O Cassiano... O Cassiano... – Gaguejou Yan desesperado. – O que aconteceu?
– Sinto muito, Yan.
– Isso significa que eu morri também? – Perguntou assustado.
– Não, Yan, Deus parou o tempo para conversar contigo.
Yan suspirou aliviado.
– Afinal, o que era aquela bomba? – Perguntou finalmente.
– Uma relíquia! – Afirmaram todos ao mesmo tempo.
– O quê? Eu achei que as relíquias fossem nossos acessórios.
– Não deixa de ser, só que essa faz parte das principais. – O onisciente explicou.
– Como assim? Principais? – Interrogou boquiaberto.
– Armas celestiais, Yan.
– Deixa eu adivinhar... Fael?
– Sim. – Disse Deus.
Depois de afirmarem que era Fael quem tinha derrubado as armas celestiais, Yan lembrou-se imediatamente daquilo.
– Bom, me explica uma coisa... Aquilo que o Fael me disse... É verdade?
– Em parte, sim, a tentativa foi matar você com a bomba, o dom foi uma consequência, pois eu o dei um dia antes.
Yan sorriu satisfeito com a resposta.
– E a história de que ele levantou Anderson, é verdade?
– Sim, é verdade, você quer saber a história?
– Sim – Respondeu Yan.
Aos suspiros, Yan ergueu os olhos e ouviu a história de Anderson, lhe tirava o ar a seriedade dos acontecimentos desconhecidos. Ele se sentiu culpado, apesar de não ser.
– Agora entendo! Obrigado, me deixe ir agora. – Pediu Yan.
Após apagar, Yan acordou atordoado, porém, como se nunca tivesse desmaiado.
A velocidade dos acontecimentos o surpreendera, ele ouviu novamente as palavras ditas por Cassiano antes de morrer e ficou sem entender, como antes.
Ciente da história de Anderson, agora ele poderia contra-atacar com a arma mais letal: as palavras.
Fael viu que tinha algo errado, ele era um arcanjo e obviamente tinha sentidos mais aguçados. O menino do tempo não tinha uma aparência muito agradável. Muito diferente daquela de quando tinha pisado em 2004, sua camisa azul com gola em V já estava rasgada e, como sua bermuda cinza, estava suja de sangue, grama e areia; já era o fim do dia 19 de outubro de 2004. Faltavam 10 minutos para o relógio bater meia-noite.
Yan, de volta à realidade, teve de gritar novamente o nome de Cassiano. Sua raiva por Fael só aumentava. O nosso valente amigo percebeu o que ninguém havia percebido, mas perto das árvores estava aquela bomba.
– Fael! – Chamou Yan e o arcanjo o olhou com desdém – Legal essa relíquia, não é? Quando você a derrubou do céu?
Fael se enfureceu e correu em sua direção.
Mas não o achou, pois Yan havia se esquivado.
– Como sabe? Você fez algo! – Afrontou ele.
– Ah, você está falando da traição que fará com Anderson. Quer dizer, Anderson, ele nunca foi seu amigo. – Yan estava incrivelmente calmo.
Anderson olhou para Fael desacreditado.
– Pare! – Gritou Fael.
Ele voou e acertou Yan, mas, antes de cair no chão, Yan jogou a bomba e sumiu com Fael.
Com dor, ele se levantou dizendo:
– É bem útil! Você precisa experimentar, Anderson. Ah, é! Você já fez isso e matou meus pais! – No começo da fala ele foi suave, mas ao concluir toda sua fúria foi extravasada.
Estranhamente, Anderson estava atordoado com as mãos sobre a cabeça.
O pai de Lucas levantou a cabeça e viu Yan correndo até ele, mas não teve tempo de se defender, sofreu uma cotovelada no rosto e subitamente andou para trás e em questão de segundos sentiu a adaga de Yan cravar seu braço e gritou de dor.
Após retirar a lâmina cronos, jorrou sangue para fora, mas não era um sangue comum, o sangue de Anderson estava totalmente verde. E Yan teve de dizer:
– Olhe o que as essências negativas fazem com seu sangue, você perde qualquer sentimento, mas aí dentro, Anderson, há sentimentos, sim, aquele rancor que você guardou de seu pai e que, logo depois da verdade, virou um amor muito grande, mas que já era tarde demais. – Anderson o olhou sem dizer uma única palavra; talvez porque não conseguisse, afinal, foi fácil perceber uma lágrima percorrendo seu rosto.
Todos estavam boquiabertos, querendo rápidas explicações, mas não era possível. Era bom aproveitar o momento que estava livre de cordas e qualquer impedimento.
Eles esperavam o próximo movimento do frustrado homem.
– Eu não sei como você conseguiu saber tanto, mas eu preciso respirar. Até mais. – Após dizer isso, Anderson desapareceu movendo seu punho para baixo, saindo do anel uma luz, antes de desaparecer.
Fadigados, cansados e machucados, os escolhidos assentaram suspirando.
Yan olhou apreensivo para Cassiano, morto há alguns minutos.
Ele revirou os olhos, virando para trás, para dizer:
– Precisamos nos recompor e criar uma estratégia.
– Sim, mas que tal você nos contar como soube tanto do meu pai em tão pouco tempo? – Disse Lucas.
– É, devo isso a vocês. – Concordou Yan.
Enquanto ele contava a história, Anderson estava consternado interior e exteriormente. Assim, se escondeu o mais fundo que pôde na floresta.
***
Lembrou-se de seu pai, suas crises de loucura, o espancamento que cometia nele e na mãe. A vida dele agora não tinha mais sentido, parecia ser uma alternativa inteligente, a alternativa de ter todos os dons possíveis e viver do jeito que quisesse, mas não era. O que ele queria não podia mais ter. O pai e a mãe que tinha e o filho que já perdera.
Ele se pegou horas e horas chorando, mas se lembrou de algo e pensou: Já perdi tudo, vamos terminar o que comecei.
Levantou-se com passos brutos e caminhou.
Todos eles, limparam suas feridas, conversaram e pensaram no que fazer.
Assim, passaram-se cinco horas desde aquela reviravolta que Yan causara.
– Para finalizar. O que vamos fazer, pessoal? – Perguntou Yan.
Chegando sorrateiramente, Anderson, disse:
– Que tal morrer?
– Pai! – Gritou Lucas.
Escondiam-se, mais ao fundo e com medo aparente, os melhores amigos de Yan, Rafaela, Iuri, Larissa e Danilo.
O último citado estava impaciente e, por isso, ao ver Anderson tentar apunhalar Yan, não se segurou. Correu e entrou na frente de Yan.
A lâmina atravessou o peito de Danilo e naquela camisa vermelha o sangue não era tão aparente como nos outros.
Yan gritava negando: – Não!
Porém, foi a escolha de Danilo, que antes de morrer disse-lhe:
– Yan, eu te amo, isso foi por você, – Disse dificultosa e pausadamente – Continue sua missão, continue lutando, lute por seus amigos e... – Expirou o grande amigo de Yan.
Yan gritava e chorava, vendo mais uma pessoa morrer diante dele.
Logo após o corpo de Danilo cair ao chão, Yan chutou o peito de Anderson com muita fúria, derrubando o anel e algo brilhante... era um diamante.
O violento lançou um olhar na intenção de alcançar o diamante, porém, Yan o pegou, se antecipando.
– O que é isso? – Perguntou.
Com o poder da sabedoria, Fernando sabia do que se tratava e disse:
– Uma chave!
– Chave de quê? – Perguntou Yan.
– É inacreditável, mas ao que parece é uma... chave para... os mundos paralelos. – Apareceu, surpreendendo a todos, Rafaela, com os olhos inchados de tanto chorar por ter perdido Danilo.
– Como sabe disso? – Perguntou o menino do tempo.
– Eu não sei como, só sei. – Respondeu ela.
– Yan, precisamos encontrar o lugar do acesso, pois a proteção disso está em mãos erradas. – Disse Fernando.
Anderson estava desesperado, tão desesperado quanto no dia em que perdera sua mãe.
– Pai! Onde é a entrada? – Exigiu Lucas.
– Não posso dizer, Fael vai acabar comigo. – Anderson não conseguia se mover. Ele estava voltando para sua personalidade habitual.
– Nós o pegaremos antes. – Carlene se levantou com dificuldade.
– Vocês precisam achar as relíquias, entre elas há a arma que pode matar tudo, inclusive arcanjos. – Revelou Anderson – Agora, acabe comigo, Yan. Não mereço mais viver, jogue toda sua dor sobre mim. – Pediu ele.
– Não – Respondeu ele – Quem devemos matar é o arcanjo Fael, não você. Deus me contou sua história, você vai consertar sua vida depois disso. Quando terminar, leve Livian com você também. – Disse Yan com misericórdia inexplicável, lágrimas nos olhos e uma dor muito grande.
Anderson chorava demais, ele queria morrer, pois nada poderia apagar o que ele tinha feito. Não era ele, mas foram suas mãos, seu corpo, que se sujaram com aquilo.
De repente, o vento soprou e asas bateram. Lá estavam os anjos guardiões.
– Oi, pessoal! – Sussurrou Maurício.
– Maurício! – Exclamou Yan Lopes. – Pode curá-lo? Ele recuperou a consciência!
– Temporariamente! – Respondeu ele.
– O quê?
– Não há cura, a recuperação da consciência é temporária. – Disse Maurício.
Os anjos eram fascinantes, porém nada espalhafatoso, eram como humanos, mas com uma altura maior, por volta de três metros. Também podiam esconder as asas e diminuir o tamanho para se locomover em público.
As palavras recebidas eram desanimadoras.
Anderson observava a conversa buscando esperanças.
– O que fazemos com ele?
– Nada, afaste-se dele até que consiga raciocinar e recuperar de vez a personalidade habitual.
Livian e Lucas estavam abalados, pensando que nunca mais teriam uma família de verdade, nunca mais teriam o doce gosto de viver em família, em um lar.
– Mas, e agora? Fael não o deixará em paz – Falou Lucas, com voz trêmula.
– É sobre isso que temos que falar. Como sabem, Fael quer encontrar os mundos paralelos, mas vocês sabem o porquê? – Provocou Maurício.
– Por quê?
– Porque os mundos paralelos foram criados por atitudes, possibilidades de escolhas de alguém, e disso tem origem a mais importante essência do universo. – Disse Maurício.
– Que essência é essa? – Perguntou Leonardo.
– A essência alfa; a primeira essência. – Revelou Maurício.
Faltou ar, mas logo veio a calma.
– E que efeito teria se ele obtivesse isso? – Perguntou Lucas.
– Ele seria o anjo mais forte que existe.
– Então, por isso ele tem torturado Francisco e Anderson. – Disse Yan, compreendendo aquilo.
– E quais seriam os motivos de conseguir um poder tão grande? – Indagou Melissa.
– Motivos e sentimentos de um anjo são coisas indecifráveis para vocês humanos.
Os escolhidos entenderam a importância de suas missões, eles deviam zelar pelo equilíbrio do mundo, foram escolhidos para dar paz ao mundo transcendental.
– O que fazemos? – Perguntou Yan, entendendo o problema que estava à beira de seus olhos.
– Vocês precisam fechar os mundos paralelos e, obviamente, necessitam de sete pessoas. – Revelou Daiane a tão esperada verdade.
– Por que, necessariamente, sete? – Perguntou Lucas.
– Porque sete é o número da perfeição. Fechar sete mundos quer dizer fechar os outros, consequentemente.
“Sete dias da criação, sete espíritos de Deus, sete selos do apocalipse etc. Faz sentido", pensou Melissa.
Era tão estranho pensar em como palavras poderiam te derrubar ou acabar com zelosas esperanças, mesmo assim, eles sabiam que era preciso que fossem fortes e atentos. Atentos a um mundo sem escrúpulos.
Lucas e Livian lembraram-se das perdas, dizendo para se recuperarem e sepultarem Cassiano, Antônio, Salete e Danilo.
Com a ajuda significativa dos anjos, eles se recuperaram fisicamente, espiritualmente e psicologicamente.
O sono batia à porta, era quase seis horas da manhã quando decidiram cochilar. Ao acordar, sepultariam as perdas e se alimentariam, pois a fome também estava presente.
Enquanto eles dormiam, a vida acontecia no ano de 2011, o ano deixado por eles.
***
São Paulo, 28 de março de 2011.
Já haviam se passado quase dois meses desde que Yan e os outros "sumiram" e poucos entendiam o que acontecera.
Fábia, Alice e Thays se reuniram com Iliana e Rosimeire – As psicólogas de Yan Lopes. Iliana, com seu dom da sabedoria, tentava descobrir o que acontecera, os amigos de consultório do sumido também estavam cientes dos acontecimentos.
Em todo esse tempo, já chamaram a polícia, – Como comentado por Iuri na conversa com o desaparecido – investigadores e muitas outras autoridades.
Porém, duas semanas antes, os melhores amigos de Yan, que estavam em 2011, disseram para não assinarem atestado de óbito, pois se recusavam a dar seus amigos como mortos e procuravam descobrir algo.
Alice sabia, de alguma forma, que havia algo estranho naquela "lenda" das essências da origem e então procurou Iliana. Agora, reunidos com outras pessoas sabiam que tudo isso era real.
Iliana também explicou à Alice os comportamentos estranhos que ela estava tendo, todavia já estava melhor, pois seu dominador foi derrotado.
Alice estava inquieta e mexia seus cachos negros frequentemente. Iliana estava em uma sala, tentando descobrir algo por meio da oração.
Houve um barulho de porta batendo, era Iliana voltando à presença de Fábia, Alice, Rosimeire e outros oito amigos de Yan que frequentavam a terapia em grupo.
– Descobriu algo? – Indagou Fábia, esperando saber notícias, principalmente, de Carlene, sua melhor amiga.
– Infelizmente, sim.
– Por que “infelizmente”? – Perguntou Gabriela.
– Porque não são boas coisas, são coisas que gostaria de ficar sem saber. – Respondeu ela.
– Diga! – Pediu Alice.
– Algumas pessoas... É... Morreram em batalha. – Sussurrou com dificuldade.
– Meu Deus! Quem? – Fábia entrou em súbito desespero.
– Morreram Danilo, Salete e Antônio. – Ao ouvirem, escorreram lágrimas sobre os rostos de Alice e Fábia, pois eram mais próximos dos três, porém todos estavam chocados. – Ah, e um nome que descobri, mas não tenho a menor ideia de quem seja.
– Qual é o nome? – Perguntou Fábia aos prantos.
– O nome é Cassiano.
Franziram as sobrancelhas, confirmando que não conheciam tal pessoa.
Todos se abraçaram, tentando se recuperar do choque. Seriam feridas que demorariam para cicatrizar para eles e para os presentes em 2004. Contudo, o fardo era muito mais pesado para Yan.
***
Amanheceu e Yan, que acordara antes de qualquer pessoa, saiu da casa onde todos dormiam e decidiu comprar lanches. Ao voltar, acordou os demais e se prepararam para sepultarem os mortos.
Após Fernando recitar algumas orações, cavaram as covas e enterraram os corpos. Agora eles deviam também enterrar suas lágrimas e angústias. A única coisa que deveria permanecer era a saudade.
Logo depois de terminarem, chamaram Anderson.
Fazia algumas horas que recuperara a consciência, mas ainda não estava livre, não enquanto continuasse em 2004.
– Anderson! Mostre o local de acesso aos mundos paralelos, por favor. – Pediu Yan.
– Decidiram quem irá?
– Irei eu, Carlene, Léo, Mel, Livian, Lucas e Fernando. – Disse apontando cada um deles.
– Tudo bem, se despeçam e vamos! Estou esperando vocês logo à frente. – Disse apontando para o local.
Amigos compartilham tudo, até mesmo angústias. A angústia de não saberem o que os esperava naqueles mundos e o que os esperava no futuro. O único desejo deles era ter uma vida normal, mas desejos e sonhos nem sempre ajudavam, atitudes sim.
Yan abraçou Rafaela, Larissa e Iuri dizendo:
– Se cuidem, eu não quero perder vocês.
Eles assentiram. O anjo Maurício reapareceu, mas desta vez sozinho, sem mais delongas disse:
– Yan, lembra-se daquela carta?
– Sim – Respondeu ele.
– Abra – Sorriu Maurício.
“Esta carta que está em suas mãos só deverá ser aberta quando a tempestade acalmar", lembrou Yan da frase de Maurício, ao lhe entregar a carta solicitada.
– A tempestade acalmou? – Indagou Yan.
– Metáforas, meu caro. – Sorriu Maurício.
Yan pegou sua mochila na casa de madeira e abriu a carta dourada. Ansiedade o acompanhava, mas lá estava somente um endereço.
– O que é isso? – Indagou impaciente.
– O lugar onde Rafaela, Larissa e Iuri vão ficar seguros. – Maurício sorriu novamente. Talvez para deixar o líder mais calmo.
Yan se deu conta de que eles iriam ficar sozinhos e pediu-lhes desculpas, dizendo que havia se esquecido por causa da tensão do momento, mas eles entendiam e lhe disseram para se acalmar.
– E que lugar é esse? – Perguntou Yan com a mão de Larissa repousada sobre seu ombro.
– A casa de uma portadora do tempo. Ela tem 23 anos, é experiente e sabe como se esconder de inimigos, ela é de 2023 e veio para cá com o intuito de ajudar você. – Revelou ele.
Alívio e surpresa atingiram os presentes, um peso muito grande saiu das costas de Yan.
– Qual é o nome dela?
– Sonidelene – Completou Maurício.
"Ainda continuo preocupado", pensou Yan.
Após falar, Maurício escondeu as asas e ficou do tamanho de um humano comum. Então, de repente, tinha 1,76, cabelos pretos e espetados, estava com uma calça jeans simples e uma camiseta vermelha.
Maurício colocou os braços sobre eles dizendo:
– Cuidarei deles para você.
Agora eles poderiam seguir com a missão tranquilamente.
Iuri os viu sumindo no horizonte, ouviu o anjo dizer "vamos" e eles se retiraram de lá.
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