Capítulo XXIX – Caos multiversal
Fael chegou ao mundo do tempo com fúria por não sentir sinal nenhum dos escolhidos na terra. Já imaginava que eles tivessem entrado nos mundos paralelos, assim, seu plano ficava cada vez mais difícil.
Pisava no solo do mundo do tempo, observando o lindo lugar.
Depois da breve apreciação, o arcanjo com semblante esperançoso voou e mergulhou no lago.
***
– Mãe! Mãe! – Gritou Lucas.
E seus olhos se abriam lentamente.
– O que está acontecendo? – Murmurou Livian.
– Não sei, mãe. De repente, você desmaiou.
– Desmaiei?! – Levantou-se assustada, mas ela não se lembrava de ter desmaiado, tampouco, de ter tido sintomas.
Então ela se deu conta que não era dali e lembrou-se do mosteiro em ruínas.
Diferentemente dos outros, Livian Fontanelli acessou o mundo paralelo por um desmaio.
– Estou bem, acho que foi um mal-estar.
– Quer ir ao médico? – Perguntou Lucas.
– Não, não precisa.
– Então ela percebeu que neste mundo não perdera seu filho.
Olhou a casa simples que tinha, era a mesma de seu mundo original, porém, ela não tinha seu filho consigo.
– Que horas são?
– Sete horas da noite, mãe.
– Nossa! – Exclamou Livian.
– Que foi, mãe?
– Preciso fazer compras para o jantar, vou ali e já volto. – Disse levantando-se.
– Tem certeza de que está bem? – Retornou a perguntar.
– Sim, filho.
Ao pulsar forte de seu coração, Livian bateu a porta de casa normalmente como se fosse ao mercado, porém, ao sair, correu tanto que o vento balançava seus cabelos lisos e negros. Eram 35 anos de pura energia.
Livian correu para aquela floresta, onde acontecera tudo em seu mundo.
Chegando lá, viu alguém, um homem branco com cabelos crespos e castanhos que vestia uma camiseta laranja, rasgada por alguma batalha e, no chão, havia uma velha túnica negra sem condições de uso. O homem estava ferido.
– Anderson!
Ao chamar do nome, o homem atendeu virando-se para trás.
– Livian! O que faz aqui?
– Eu que te pergunto, o que você faz aqui? – Perguntou, querendo detalhes deste mundo.
– Você sabe, já te falei, estou guardando os mundos paralelos.
– Aqui também. – Sussurrou.
– O que disse? – Perguntou franzindo as sobrancelhas.
– Nada. – Respondeu a esposa, sorrindo sem jeito. – Como vão as buscas por respostas?
– Estou me quebrando, literalmente.
– Como assim?
– Existe uma aproximação anormal entre os mundos, nunca vi nada assim antes. Isto causa alguns espasmos, como ventanias e tudo mais. – Anderson tinha uma caderneta em mãos, usava-a para se organizar.
Livian ouviu o que ele disse, mas não se assustou, acostumou-se com notícias sem sentido e fora do comum.
– Não pode ser uma batalha espiritual? – Indagou.
– Não, batalhas não aproximam mundos, existe alguém em algum mundo mexendo com o decorrer natural das coisas.
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