Capítulo XXXI – Reagrupando
Carlene acordou tranquilamente, mesmo sabendo em que lugar estava. Ela não queria ir à escola e, como sempre, abriu a janela e deixou a luz entrar, mas algo estranho estava acontecendo. Lá fora estavam Melissa e Fernando e mais ao fundo Yan conversava com alguém que ela nunca tinha visto.
Carlene deu um jeito na aparência e foi para fora.
– Nossa, eu achei que os mundos paralelos fossem bem mais distintos, que surpresa encontrar vocês.
"Droga! Por que falei isso? Eles não sabem o que estou falando, vão achar que estou louca", pensou Carlene, mas ela estava enganada.
– Você também? – Disse Fernando, perplexo.
– Eu o quê?
– Veio do mosteiro?
– Sim. – Empolgou-se tanto que a voz saiu mais alta que o normal.
Yan e o tal homem estavam indo até eles.
Yan Lopes tinha algo a comunicar, porém, Fernando não se aguentou.
– Nossos mundos estão conectados!
– Sim... – Yan assentiu. – É disso que vim falar. Ele é o responsável por isso. – Apontou para o homem desconhecido.
– E quem é ele? – Perguntou Carlene.
– Franklin Paulo, o primeiro portador do tempo.
– O quê?
– Prazer, Franklin – Disse cumprimentando a todos.
– Mas se ele é o primeiro portador do tempo, ele já devia estar morto, não é? – Perguntou Fernando.
– Aconteceu um incidente no mosteiro, como vocês já sabem, e eu fiquei preso nesse mundo.
– Quem fez isso com você?
– Quem mais? Fael. – Respondeu Franklin. – Mas eu estou preso aqui a menos tempo do que outra pessoa. Foi depois do incidente que vim parar aqui, eu cuidava dos mundos paralelos, fiz aquela casa de madeira, peguei a chave do mundo paralelo e coloquei debaixo de um chão falso. Eu estava atrás daquele espelho, mas claro que só o Yan sabia disso.
– Ah, entendi, claro, só ele e Cassiano foram mantidos por Anderson nesta casa. – Lembrou Melissa.
– E quem seria essa pessoa que está há mais tempo? – Indagou Yan.
– Para vocês terem uma ideia, eu sou do século XX e estou com 30 anos, nesta aparência. Quem está há mais tempo é o homem que descobriu as essências, um imigrante da Itália, o padre Enrico Floero. – Franklin Paulo sorriu ao dizer.
Ele estava com a barba por fazer, os cabelos lisos estavam bagunçados e sua camisa estava suja, como o resto de suas roupas. Ele estava triste, sentia falta da família, dos amigos e do lugar em que morava.
– E quanto ao Cassiano? Isso está me incomodando muito, Deus me disse que o que aconteceu não era bom, mas somente isso. Eu sei que não é bom, pois, além de ter morrido fora de seu tempo correto ele também morreu dizendo "Não há saída". – Murmurou Yan.
– Sinto em dizer, mas ele está em um ciclo de...
Yan estava com os olhos fixados em Franklin, mas a última palavra não conseguiu ouvir, ninguém conseguira, pois, lá no horizonte acontecia uma explosão.
Todos se voltaram para lá alguma coisa estava incendiando.
– Leonardo! – Exclamou Yan. – Naquela direção, era para estar a nossa escola.
– Precisamos ir para lá, Leonardo não está só, ele está com Lucas! Alguém precisa ficar e procurar Livian.
– Eu fico! – Disse Fernando.
Yan sabia que devia deixá-lo, mas sentia medo de perder mais um amigo, mais uma pessoa querida.
– Vá, Yan! Vá, pessoal, eu chegarei lá! – Disse tentando deixá-los confiantes.
Então o grupo foi para a esquerda e Fernando para a direita.
O grupo andou, andou rapidamente e após dez minutos chegaram ao local. Olhando lá de fora, viam um homem elegante, de terno, e não tinha como confundir, era Fael.
– Eu vou na frente! – Disse Franklin, tomando a frente de todos.
– Olá, Franklin, quanto tempo. – Disse Fael de costas.
Franklin não respondeu e Fael virou-se para ele. Os dois pensavam no que fazer, porém Franklin estava otimista, pois Yan Lopes ainda não tinha chegado.
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